CONCURSO PÚBLICO PARA CARGOS ELETIVOS



POLÍTICA


     Alguém passaria conscientemente uma procuração para um desconhecido gerir as finanças de sua própria empresa? Pois é o que acontece quando votamos, ou seja, damos poderes para que os “profissionais” da política passem a cuidar das finanças do nosso município, do Estado e principalmente da economia do país. Dinheiro que é arrecadado para ser aplicado na       educação dos nossos filhos; na saúde e na segurança da nossa família; no transporte e na geração de empregos, bem como na organização geral dos municípios e dos Estados. Entretanto, o que acontece na prática é a omissão total das autoridades, obrigando-nos a pagar colégio, plano de saúde, segurança particular e até por alguns serviços de iluminação e limpeza pública, devido à péssima qualidade dos hospitais, da educação e do policiamento, em consequência da irresponsável terceirização desses serviços essenciais, verdadeira mina de ouro de alguns empresários “sanguessugas”. Governantes que são eleitos para administrar os serviços públicos, passam esta responsabilidade para gananciosos que, devido aos péssimos salários que pagam aos seus empregados, jamais teriam condições de atender com eficiência, sobretudo na área de saúde e educação.
        Dito o exposto, perguntamos: Será que não existe uma solução para tanta  irresponsabilidade? Será que já não passou da hora de acabarmos com os partidos políticos e com esta democracia que mais parece uma “DEMÔNIOCRACIA”?  Com certeza, se recorrermos à história, vamos constatar que na Grécia antiga, qualquer cidadão podia ser candidato a cargos eletivos ou políticos, independentemente de filiação partidária. A propósito é bom lembrar que a palavra candidato não tem nada a ver com esses “Salvadores da Pátria” que aparecem de 4 em 4 anos com promessas ilusórias e fundamentadas na mentira, uma vez que tal vocábulo tem origem na palavra cândido (do latim candidu), cujo significado é puro, imaculado, inocente. Adjetivos que absolutamente não combinam com os nossos políticos, a quem não podemos negar uma coisa: a coerência quando se referem aos seus adversários, afirmando sempre que não são dignos de nenhuma confiança. Afinal, por acaso, alguém já ouviu algum candidato elogiar ou fazer referências positivas aos seus adversários?
     Finalmente, vamos entrar no assunto que o objetivo desta carta aberta à comunidade brasileira: CONCURSO PÚBLICO PARA CARGOS ELETIVOS OU POLÍTICOS. Não, absolutamente não estamos baseando nosso raciocínio na inteligentíssima medida dos Juízes eleitorais de alguns Estados brasileiros, exigindo uma prova de conhecimento básicos para candidatos a vereador. Medida fantástica!  Entretanto, se não houver uma seleção rigorosa através de CONCURSOS PÚBLICOS E FICHA LIMPA, mesmo com esta “seleção” de candidatos, vamos continuar a sofrer as consequências de governantes despreparados, desonestos e amantes do poder. Ratifico, portanto, aquilo que escrevi em meu livro  (ERAM OS APÓSTOLOS COMUNISTAS?), editado em 1999, alguns anos antes desta posição adotada, salvo engano, pelos Juízes eleitorais de cidades de Minas Gerais, ou seja:  político analfabeto não pode aprovar uma lei, se não for submetido a uma prova de conhecimento gerais, sobretudo porque é preciso ter um mínimo de preparo para exercer um cargo de tamanha responsabilidade. E quando fizemos a sugestão de provas ou concursos públicos para cargos tão importantes, dissemos que o concurso é até mais democrático do que as eleições, uma vez que não é fácil conseguir uma vaga de candidato a vereador, prefeito, deputado, governador e principalmente de Presidente da República, sobretudo porque existe uma “panelinha”, onde nem sempre os mais qualificados são escolhidos. E com tantas “panelinhas” existentes nesta vergonhosa quantidade de partidos políticos, só uma mobilização nacional com a mesma força e determinação daquela das “DIRETAS JÁ”, hoje muito mais poderosa, graças à  participação do povo através das redes sociais, poderíamos mudar o atual processo de seleção dos nossos governantes, principalmente tendo à frente o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. A propósito, não entendo o porquê de tamanha omissão do MPF, quando o país já vive um verdadeiro caos e a  convulsão social também já é uma terrível realidade. Quem poderia ficar satisfeito com o contumaz, lastimável e vergonhoso desvio de verbas públicas no SUS, INSS, PETROBRÁS, CASA DA MOEDA, BANCOS OFICIAIS, PREFEITURAS e outros setores da economia brasileira?
E como funcionaria o concurso, na prática? Muito simples: Qualquer cidadão brasileiro idôneo e devidamente preparado, mediante currículo escolar poderia fazer o concurso público para vereador, prefeito(vice), deputado, senador, governador(vice) e até Presidente da República (vice), cabendo ao TSE ou ao MPF a responsabilidade de fazer as referidas exigências curriculares e de ordem moral (FICHA LIMPA), medidas estas, que certamente eliminariam 99,99%l dos atuais políticos. Quanto à avaliação da escolaridade para cada cargo, o critério seria de acordo com a população e a estrutura educacional de cada município, levando-se em conta também a comprovada experiência administrativa empresarial e a faixa etária do candidato, para que não tenhamos governantes “cheirando leite materno”, como é o caso da  maioria dos nossos delegados e delegadas, cuja inexperiência os fazem confundir um revólver com um cabo de guarda-chuva. No nosso livro chegamos a fazer a seguinte pergunta: Há alguma lógica em um Ministro ou Presidente do Banco Central ou Banco do Brasil ser nomeado por um semianalfabeto eleito por votos comprados?  Portanto, justifica-se o grande número de eleitores indecisos das últimas eleições e certamente muitos anularam o voto, decepcionados com a única alternativa que é votar sempre no menos ruim. Aliás, em nível nacional o eleitor esteve confuso até em saber qual era o menos ruim, a julgar pelas promessas ilusórias e mentirosas de uns, e pelas obras eleitoreiras de outros, às vésperas das eleições. E o pior é que nesta “demôniocradura” ainda temos que  votar obrigatoriamente, (onde está a democracia?), mesmo sem podermos obrigar esses espertalhões a cumprirem as incontáveis promessas feitas diariamente no rádio e nos canais de televisão. Também nada podemos fazer contra o desvio de verbas públicas, a corrupção e o nepotismo (a prática de empregar parentes) praticado pelos compradores de votos, infelizmente estimulados pela impunidade e pela omissão daqueles que deveriam puni-los.
   Com a palavra, ou melhor, com a caneta, o MINISTÉRIO PÚBLICO BRASILEIRO e o TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, se é que ainda é possível salvar este doente moribundo chamado Brasil.

D F SOUTO

  

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